Setembro encerrou com mais uma WebTalk do TECMAIA. Desta feita, quisemos compreender a realidade da economia portuguesa neste momento extraordinário da nossa vida coletiva e ainda identificar todas as medidas de apoio que se mantém ativas e ainda aquelas que surgiram como resposta à pandemia da Covid-19. Numa iniciativa que contou com António Monteiro, Country Manager da Iberinform Portugal, e com João Aranha, Partner da Baker Tilly Portugal, não faltou ainda tempo para uma reflexão sobre o grande envelope financeiro, remetido pela União Europeia, que o nosso país vai receber até 2030.
Em relação ao estado atual da economia, António Monteiro refere que “as notícias não são animadoras até porque, nos últimos anos, tivemos uma variação positiva entre criação de empresas e insolvências, mas isso será diferente este ano”. O líder da Iberinform Portugal, empresa especialista em soluções de gestão de risco e prospeção, explica que “em Portugal, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) teve uma quebra de 8,6% nos primeiros seis meses e esta foi mais acentuada no segundo trimestre. No entanto, sectores como a Construção, a Agricultura e a Silvicultura registaram um aumento do VAB, o que se explica pelo aumento do consumo no confinamento e ainda a procura por bens tangíveis”. Por outro lado, “a procura externa, que tem sido a alavanca da economia portuguesa nos últimos anos, teve uma quebra brutal com a interrupção de todas as cadeias de valor, nomeadamente na prestação de serviços.”
Sobre a importante estratégia de incentivos, João Aranha relembrou que “o Portugal 2020 está a terminar e há um receio que façamos agora uma pequena travessia no deserto até à definição do envelope financeiro que está para chegar e que terá, à partida, o mesmo horizonte temporal de sete anos. No entanto, haverá outro programa de apoio com base no impacto da COVID-19 para três anos.” A certeza, porém, é que “ainda nada está claro sobre estes projetos”. O especialista em Incentivos da consultora Baker Tilly Portugal, deixou nota que ainda estão em vigor programas como o Inovação – para financiamento de ativos fixos, o Qualificação e Internacionalização de Pequenas e Médias Empresas – para aquisição de serviços para a competitividade e promoção, e o Investigação e Desenvolvimento – contratação de Recursos Humanos para projetos de valor acrescentado. João Aranha identificou ainda “o programa +CO3SO que nos permite a contratação de pessoal com financiamento de 100% até três anos, se a contratação ocorrer via IEFP, e, nos casos de incentivos fiscais, temos uma medida que aponta ao investimento e proteção do emprego com a possibilidade de deduzir à coleta até 20% de investimentos realizados, entre o segundo semestre de 2020 e o primeiro semestre de 2021.”
O final desta conversa ficou marcado pela interação com os participantes e ainda com uma aposta sobre o grande envelope financeiro que está para chegar: por um lado terá características muito próximas ao Portugal 2020 e, por outro, menos burocrático e com foco no emprego.
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